TUDO COMEÇOU QUANDO...



Esta história merece ser contada apenas sob o prisma da noiva, afinal, tantos anos se passaram desde a primeira troca de olhares que o noivo não saberia relatar detalhes importantíssimos, como por exemplo, a roupa que usávamos no primeiro encontro (rsrsrs)...

Tudo começou em uma linda tarde de junho, do ano de 2001, na Rua Conde D’eu, uma das mais tradicionais do querido bairro Vera Cruz, mais conhecido como “O Glorioso” (espero que não seja somente o Tio Sérgio Vidal que o conheça dessa forma).

Eu estava de mudança para a casa que se tornaria o palco das decisões mais importantes da minha vida!
Foi um dia de trabalho árduo, pois a mudança ocorrera a pé, isto mesmo, a pé, pois eu morava a 200 números da nova casa... Enquanto alguns móveis eram levados de carro, carregávamos pequenos objetos debaixo dos braços, no sol escaldante apesar de estarmos no inverno...

No último trajeto, levei o meu inseparável espelho e foi neste romântico cenário (cabelo amarrado em coque, espelho debaixo do braço, calor, roupas velhas e chinelo de dedo – nem pra ser uma Havaianas) que avistei aquele que seria o meu futuro marido...

Ele estava com um grupo de amigos e em meio aos cochichos (claro que deviam falar sobre o mico que eu estava pagando) abriu o sorriso mais lindo e receptivo que alguém pode dar... E assim iniciou-se uma nova amizade...

Alguns meses depois veio o primeiro convite: passear na Swingers, uma das boates mais badaladas daquela época... Fiquei extremamente eufórica com o convite, afinal, o meu jeito interiorano de ser me proporcionara até então apenas algumas visitas em matinês, acompanhada do meu segurança particular, Ricardo Silva, mais conhecido como “Ti Ricardo”. Porém, havia um problema, eu tinha a absoluta certeza de que minha amada mãe jamais permitiria que eu saísse com aquela turma de baladeiros de plantão. Doce engano...

O amor a primeira vista já tinha acontecido e foi exatamente com as pessoas que eu menos esperava: Genro e Sogra! O Daniel mal havia iniciado o pedido para sairmos e minha mãe já estava completando a frase: “É claro que pode, afinal, você é muito respeitador, responsável, trabalhador, honesto...” e por pouco não concluiu com a pergunta: “Quer ser meu genro?!” Rsrsrs...

Eu não acreditei naquela cena, minha mãe autorizando meu passeio com os meus novos amigos!!! Porém, o algodão doce acabou rápido, e em seguida veio a primeira ponderação: “Traga ela de volta as 22:00h em ponto!”. Naturalmente que este era o horário que a turma pretendia tomar banho para sair... mas com muito cuidado o futuro genro esclareceu para sua sogra que aquele horário seria um pouquiiiiiinho inviável, e minha mãe não resistiu à meiguice daquele pedido...

Após uma noite completamente diferente de tudo que eu havia visto na vida (comendo pipoca na boate, assistindo uns loucos dançando no balcão, o Airton Senna encarnado, entre outros...) quem acabou sofrendo as conseqüências do passeio foi a minha irmãzinha...

Dormíamos no mesmo quarto, por isso, ela tornou-se a minha válvula de escape. Todas as noites eu a revelava meus anseios e perspectivas daquele relacionamento que tomara forma e começara a se concretizar. Sei que era muito difícil para ela ter que me escutar as 2, 3, 4 horas da madrugada, e ainda fazer comentários sobre o assunto para que eu tivesse certeza de que ela estava me ouvindo ao invés de dormindo... Mas estas madrugadas de longas conversas foram especiais e inesquecíveis para mim!

Enfim chegou o grande dia! Depois de esperar alguns meses o convite decisivo e mais romântico de toda a minha vida foi feito: Comer sanduiche no Itamar... E foi neste passeio aparentemente ingênuo que aconteceu o momento mais esperado, o primeiro beijo! Os sinos tocaram em minha volta e tive a grande certeza: Faltava pouco para o casório, encontrei o grande amor da minha vida! Tudo indicava que eu estava certa, pois noivamos com 10 meses de namoro! Felizmente meus dias de solteirice estavam contados!!! E foram contados de verdade: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ANOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS se passaram até marcarmos a data do enlace matrimonial.

Apesar da precipitação do noivado sempre tivemos em mente o quanto é importante e necessário ter uma estrutura sólida para se constituir uma família... E para adquirir esta solidez passamos por algumas aprovações e experiências inesquecíveis como:
Viagem para Conceição da Barra (o Dani viajou com sua turma de amigos e tínhamos apenas uma semana de namoro. Praguejei tanto essa viagem que eles ficaram sem hotel, KKKKKK!!!!! Os amigos dele que me desculpem, mas eu não conhecia a força do meu pensamento...);
Noivado;

Viagens;

Carnavais em Bom Despacho com o Moí;

Faculdade (sempre fomos da mesma sala, mas posso garantir que nunca colamos nas provas, o Jean é a
prova viva disso, rsrsrs...);

Consórcios (sortudos e sorteados no 1º mês...);

Perda da garantia de eletrodomésticos (Graças a nossa sorte);

Compra de apê (Graças aos nossos afilhados/padrinhos Sandro e Juliana);

Venda de apê (Graças ao jogo do Atlético – Quem tiver curiosidade eu posso relatar este fato
pessoalmente);

Videogames (classifico este item como a pior das experiências...)

Reforma;

Barracão (ou melhor, doce lar, antes que o Tio Nando nos corrija);

Juca Mirot de Paiva Vidal (nosso labrador)
...

Enfim, tudo o que foi relatado até aqui é apenas um grão de areia do deserto de experiências que vivenciamos juntos e reforçaram nossa certeza de que estamos no caminho certo, que valerá a pena seguir LADO A LADO...